Annonaceae

Unonopsis aurantiaca Maas & Westra

EN

EOO:

1.125,10 Km2

AOO:

60,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Especie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado do ESPÍRITO SANTO, municípios de Conceição da Barra (Pereira 4435), Linhares (Geovane 168), São Mateus (Giaretta 60).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Critério: B1ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 4 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Conhecida popularmente como pindaíba-da-mussununga, foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual associada a Mata Atlântica no estado do Espírito Santo, municípios de Conceição da Barra, Linhares e São Mateus. Apresenta distribuição restrita, EOO=958 km² e ocorrência em fitofisionomia florestal severamente fragmentada. Estima-se que restem cerca de 15% da vegetação original da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Ribeiro et al., 2009). Mesmo com ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidade de Conservação, sabe-se que grande parte das florestas úmidas do Espírito Santo encontram-se fragmentadas como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando somente 14% de remanescentes florestais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Desmatamento, corte madeireiro e implementação de atividades agrossilvipecuárias em larga escala (Paciencia e Prado, 2005), principalmente plantações de Eucalyptus sp. (Baesso et al., 2010) e vastas áreas já convertidas em pasto, constituem os principais vetores de stress a persistência de U. aurantiaca na natureza. Diante do exposto, portanto, considera-se a espécie Em Perigo (EN) de extinção. Infere-se declínio contínuo EOO e extensão e qualidade de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (censo, números e tendências populacionais ante as crescentes ameaças) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir a perpetuação desta espécie no futuro.

Último avistamento: 2012
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Blumea 52(3): 451. 2007. A espécie é singular no gênero por suas pequeninas pétalas de cor laranja.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Detalhes: Árvore de 3 a 4 m de altura (Maas et al., 2007), que habita a Floresta Estacional Semidecidual na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Maas, P. J. M., Westra, L. Y. T., Vermeer, M., 2007. Revision of the Neotropical genera Bocageopsis, Onychopetalum, and Unonopsis(Annonaceae). Blumea - Biodiversity, Evolution and Biogeography of Plants, 52(3): 413–554.
  2. Unonopsis in Flora do Brasil 2020 em construção, 2018. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB110539 (acesso em: 25 de outubro 2018)

Reprodução:

Detalhes: Foi coletada com flores nos meses de janeiro (Assis 2938), fevereiro (Maas 8825), março (Folli 2248), maio (Giaretta 60), dezembro (Lopes 125); e com frutos em janeiro (Martins 165), fevereiro (Maas 8825), abril (Geovane 168), maio (Giaretta 60), junho (Amorim 464), outubro (Giaretta 177), dezembro (Giaretta 449),
Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Jan~Dec)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de São Mateus com 233870 ha, tem 20% de seu território (46329 ha), transformados em pastagem (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em outubro, 2018)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat past,present,future regional high
O município de Conceição da Barra com 118489 ha, tem 50% de seu território (60333 ha) desmatados e utilizados para reflorestamento (38794 ha), plantio de cana-de-açúcar (11043 ha) e pastagem (10496 ha) (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em outubro, 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat past,present,future regional high
Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo.
Referências:
  1. Mendonza, H.N.S., Lima, E., Anjos, L.H.C., Silva, L.A., Ceddia, M.B., Antunes, M.V.M., 2000. Propriedades químicas e biológicas de solo de tabuleiro cultivado com cana-de-açúcar com e sem queima da palhada. Rev. Bras. Ciência do Solo 24, 201–207.
  2. Oliveira, A.P.P. de, Lima, E., Anjos, L.H.C. dos, Zonta, E., Pereira, M.G., 2014. Sistemas de colheita da cana-de-açúcar: conhecimento atual sobre modificações em atributos de solos de tabuleiro. Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambient. 18, 939–947.
  3. Pinheiro, É.F.M., Lima, E., Ceddia, M.B., Urquiaga, S., Alves, B.J.R., Boddey, R.M., 2010. Impact of pre-harvest burning versus trash conservation on soil carbon and nitrogen stocks on a sugarcane plantation in the Brazilian Atlantic forest region. Plant Soil 333, 71–80.
  4. Tavares, O.C.H., Zonta, E.L. e E., 2010. Crescimento e produtividade da cana planta cultivada em diferentes sistemas de preparo do solo e de colheita. Acta Sci. - Agron. 32, 61–68.
  5. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2010. Resolução MAPA nº 241, de 09 de Agosto de 2010. Diário Of. da União, de 10 de Agosto de 2010.
  6. Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, 2018. Acompanhamento da safra brasileira de cana-de-açúcar. Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, Brasília, 62 p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Foi coletada no Parque Estadual de Itaúnas (Giaretta 449), Reserva Florestal da CVRD (Maas 8825).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown